Como eu aprendi a cozinhar, fazer faxina e limpar o banheiro

Hoje, pretendo duas coisas. Fazer você pensar e polemizar. Isso mesmo, duas coisas. Polemizar e fazer você pensar! Caso não goste de pensar e muito menos de polêmica então sugiro que você mude de página. Então, o que você vai fazer, continuar a leitura ou mudar de página? Sinta-se à vontade!

Ok, vamos seguir com a prosa. O ex-presidente uruguaio Pepe Mujica disse certa vez em um de seus discursos que “é preciso lutar contra a herança do nosso machismo crônico, agressivo, impositivo, dominador, que frequentemente se expressa em todos os nossos costumes e germina no seio de nossa educação, naquilo que ensinamos aos nossos filhos”.

Depois de expor este pensamento do Mujica, preciso saber se você concorda? Ou posso ser mais direto, e perguntar se você é machista?

Enquanto você pensa na resposta eu preciso revelar a referência bibliográfica da qual retirei o pensamento do ex-presidente uruguaio -, do livro, “Pepe Mujica, simplesmente humano”, de Allan Percy e Leonardo Díaz.

Dito isso, acredito que vocês já se tocaram que o texto de hoje é polêmico. Quando eu cito ex-presidente uruguaio, a polêmica fica mais evidente. Ou não?

Então, pretendo polemizar mais! E revelar que tenho certa desconfiança de pessoas do sexo masculino que não sabem cozinhar, fazer faxina e limpar o banheiro. Entendeu a polêmica agora? Pois é.

Nesses próximos três minutos, enquanto você tenta entender o que eu quero com tudo isso… ou seja, o que realmente pretendo com o assunto de hoje, deixe-me revelar como aprendi a cozinhar: não foi fácil! Por que eu digo isso? Vamos ao resumo do resumo do fato. Quando minha mãe percebeu a minha invasão ao seu ambiente de trabalho ela não gostou nada, nada.

Veja bem… No início da minha graduação em Engenharia Química, na Unisul, adquiri um hábito nada saudável. Ao fim de cada período noturno de aula eu ia comer cachorro-quente nas carrocinhas da avenida Marcolino Martins Cabral, no centro de Tubarão. Diariamente. Aham, fazia isso diariamente.

Agora você entendeu o nada saudável? Pois é. Depois de certo tempo, resolvi dar um basta nesta vida regrada a hot dog e iniciei minha empreitada na cozinha lá de casa. No início, minha mão se sentiu desconfortável com a situação.

E para me intimidar ela revelou que cozinha é lugar de mulher! Pois é. Minha mãe, é mais uma vítima dessa sociedade machista. Ou você acha que a segregação horizontal e vertical não existe no mercado de trabalho brasileiro? Independentemente da sua resposta, o que eu quero é fazer você pensar.

Resisti à pressão da minha mãe e da sociedade. Aprendi a cozinhar, a fazer faxina e limpar o banheiro. E faço isso até os dias atuais. E você vai continuar acreditando que profissão tem sexo?