Início Geral ‘Já chorei pra caramba’, diz Bolsonaro sobre cinco meses de governo

‘Já chorei pra caramba’, diz Bolsonaro sobre cinco meses de governo

Cinco meses após ser empossado no cargo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) admitiu em entrevista à revista Veja, publicada na manhã desta sexta-feira (31/5), que já ‘chorou pra caramba’ durante esse período.

“Já passei noites sem dormir, já chorei pra caramba também. Angústia, né? Tá faltando o mínimo de patriotismo para algumas pessoas que decidem o futuro do Brasil”, afirmou.

Bolsonaro reclamou do que ele classificou  como  ‘sabotagens’ ao governo, fruto de ‘ministérios aparelhados’.

De acordo com o presidente, ele também sofre com a  ‘inexperiência’  de sua base aliada, que esperam dele  resolver os problemas ‘no peito e na raça’.

A entrevista  do presidente à Veja é publicada um dia depois de estudantes e professores irem às ruas pela segunda vez, em menos de 15 dias, para protestar contra os cortes de recursos  públicos para a educação. 

Na entrevista à Veja, Bolsonaro reclamou também do que que ele avalia ser influência da esquerda. Para o presidente,  essa ingerência ideológica de seus opositores verifica-se até mesmo  no Ministério da Defesa , hoje comandado pelo general Fernando Azevedo e Silva.

“No Ministério da Defesa, por exemplo, colocamos militares nos postos de comando. Antes, o ministério estava aparelhado por civis. Havia lá uma mulher em cargo de comando que era esposa do 02 do MST. Tinha ex-deputada do Continua depois da publicidadePT, gente de esquerda… Pode isso? Mas o aparelhamento mais forte mesmo é no Ministério da Educação “,  disse Bolsonaro.

Na avaliação do presidente, a ‘sabotagem’ ao seu governo  é resultado de ‘uma luta de poder’ entre partidários da esquerda e da direita. 

Che Guevara X Brilhante Ustra

O presidente aproveitou a entrevista para lembrar do ex-chefe do DOI-Codi coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, apontado como torturador pela Comissão da Verdade, que investigou os anos de chumbo da Ditadura Militar no País (1964/1985).

Durante a votação em plenário do impeachment, em 2016, da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) –  presa e torturada nos porões da ditadura- o então deputado Jair Bolsonaro votou a favor do impedimento destacando em sua fala o ex-chefe do DOI-Codi.

“Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff”, disse o então parlamentar, no plenário da Câmara dos Deputados.

Nessa entrevista à Veja, Bolsonaro reiterou seu apreço a Ustra ao afirmar não ser contra os estudos nas escolas e universidades sobre Che Guevara, o guerrilheiro e um dos  líderes da Revolução Cubana. Entretanto, ressalva, Ustra também deve ser mencionado nas  escolas e universidades brasileiras, em oposição a Che Guevara.

(foto: Ana Rayssa/CB/D.A Press)

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