O mar e a terra fartos de Imaruí

Priscila Loch
Imaruí
 
A pesca e a agropecuária são a base de sustentação da economia de Imaruí. Juntas, mobilizam aproximadamente três mil famílias. Na terra, destaque para o arroz e a mandioca. Na água, camarão e siri são as espécies mais capturadas.
Às margens da lagoa de Imaruí, os barcos e ranchos dão a dimensão da importância da atividade. O pescado abastece o mercado regional e também a Grande Florianópolis.
 
Mas os pescadores têm sofrido com uma ação que afeta diretamente a produção. A falta de salinidade na lagoa impede que os peixes desenvolvam-se ao máximo, e isso resulta em prejuízo.
 
Essa água doce é resultado do aterro da ponte de Cabeçuda, em Laguna. Já solicitamos a retirada do aterro, o que deve ser feito com a construção da nova travessia, dentro do projeto de duplicação da BR-101. Isso deve melhorar consideravelmente as condições dos pescados.
 
Outra preocupação em relação aos dois principais setores diz respeito à preservação. O uso de agrotóxicos e o cumprimento do defeso são pontos fundamentais.
 
Imaruí não possui parque industrial. Os incentivos a empresas serão regularizados no Plano Diretor, ainda não aprovado. Só assim o governo municipal poderá ser parceiro em investimentos em terraplanagem, energia, água. Ainda não há definição quanto à aquisição de uma área específica com esta finalidade.
 
Turismo religioso
O turismo religioso é uma aposta para o futuro em Imaruí. Hoje, o segmento ainda não dá muitos resultados ao município por causa da infraestrutura precária. 
 
Imaruí é a terra da beata Albertina Berkenbrock. A visitação à comunidade de São Luís, onde já é intensa, mas o acesso é feito na maioria das vezes pelo município de São Martinho, por onde o percurso é mais curto.
 
Por Imaruí, a distância entre o centro da cidade e São Luís é de mais de 30 quilômetros, praticamente todo o trecho de estrada de chão batido. O projeto de asfaltamento está para ser licitado. Só a confecção do documento deve custar R$ 1 milhão.
 
Já a obra propriamente dita está orçada entre R$ 30 milhões e R$ 35 milhões. O trabalho será feito em três etapas.
 
Outro projeto que deve alavancar o setor é o santuário de Albertina, que tem garantia do governo do estado que sairá do papel. Os prazos ainda não estão definidos, a intenção é que a licitação seja lançada neste ano, possivelmente no segundo semestre. 
O terreno onde será implantado o memorial é de propriedade da Mitra Diocesana de Tubarão. Fica a cerca de 500 metros da igreja onde descansam os restos mortais da beata. Hoje, o local é ocupado pela Capela do Martírio.
 
Senhor dos Passos
Além de ser a terra de Albertina Berkenbrock, Imaruí tem um outro atrativo religioso que reúne gente de toda parte de Santa Catarina e também de outros estados: a Festa do Senhor Bom Jesus dos Passos. Todos os anos, as celebrações são acompanhadas por pelo menos 50 mil pessoas.
 
A procissão com as imagens do Senhor dos Passos e da Senhora das Dores é o ponto forte. A tradicional festa ocorre em março ou abril, com organização de diversas entidades.
 
Ferry boat
A distância entre Imaruí e a comunidade do Perrixil, em Laguna, foi encurtada em aproximadamente 40 quilômetros com a ativação da balsa. Foram muitos anos de luta para tornar a travessia pela lagoa realidade. Porém, o projeto inicial deverá ser alterado.
 
O ponto de partida do Ferry Boat tem tudo para ser transferido do centro de Imaruí para a Prainha. A embarcação tem capacidade para 20 veículos, além de motos, bicicletas e pessoas, e entrou em funcionamento no início de 2012. 
As obras para a implantação da balsa começaram em julho de 2008. O projeto, contudo, existe desde 1993. O governo do estado investiu R$ 600 mil em obras de dragagem e na construção dos atracadouros.
 
Investimento em hospedagem
A expectativa de crescimento do turismo religioso impulsiona o planejamento de investimentos em um outro segmento. As opções de hospedagens disponíveis hoje não atenderão a demanda a partir do momento em que saírem do papel os projetos de acesso à terra de Albertina Berkenbrock.
 
O governo municipal tem incentivado a instalação de pousadas e hotéis, por exemplo. Inclusive, no segundo piso do Mercado Público há um hotel atualmente desativado. No ano passado havia a perspectiva de ceder o espaço para a iniciativa privada, mas até o momento nada foi concretizado.