Cooperativa da Amurel apresenta projeto para exportar casas pré-fabricadas

Cinco madeireiras de Jaguaruna e Tubarão, reunidas em uma cooperativa, podem exportar 1,5 mil casas pré-fabricadas, de madeira, para a República Democrática do Congo (RDC) nos próximos anos. As negociações começaram em 2022, envolvendo o país africano e a Cooperativa Amurel, um consórcio formado pelas madeireiras. Nesta semana, os empresários levaram o projeto ao governador Jorginho Mello. No encontro estava uma comitiva da RDC, liderada pelo ministro das Minas daquele país, Victor Kasongo.
Inicialmente serão enviadas estruturas de 50 casas. O governador comemorou a iniciativa dos empresários da Amurel. “Nosso estado já exporta diversos produtos e, agora, com esta iniciativa, está ingressando em um novo e importante segmento da nossa economia, o de casas populares. Coloquei o governo à disposição para auxiliar no que for necessário para concretizar esta negociação”, garantiu Jorginho Mello.

Inicialmente, está previsto o envio de 50 estruturas, permitindo eventuais ajustes na construção antes da comercialização das 1,5 mil casas. “Decidimos enviar estas 50 unidades para verificar se tudo sairá como planejamos. Os kits de casas pré-fabricadas, ao chegarem ao país africano do Congo, terão de ser montadas. Se tudo ocorrer conforme esperado, pretendemos concluir a venda das 1,5 mil estruturas ao longo dos próximos 10 anos”, comemora Alexsandro da Cruz Barbosa, presidente da Cooperativa Amurel. O empresário lembra ainda que estas casas serão uma espécie de piloto no projeto.

Além das casas pré-fabricadas, o governo de Santa Catarina visa estabelecer parcerias em outros setores com a República Democrática do Congo. “O Congo importa uma grande variedade de produtos, e Santa Catarina já exporta para diversos países. Essa reunião certamente marca o início de uma parceria promissora em várias áreas”, antecipa o secretário de Estado da Casa Civil, Estêner Soratto da Silva Júnior.

Os recursos para a aquisição das casas serão de um fundo destinado à compra de habitações populares em países com elevados índices de vulnerabilidade social, conforme estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A ideia nasceu ainda em 2019, quando o empresário Alexsandro da Cruz Barbosa presidia o Sindicato da Indústria da Madeira de Tubarão e Região (Sindimad). Os estudos tiveram a parceria da FIESC, Sindimad, Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Santa Catarina, Sebrae e prefeitura de Tubarão. As casas pré-fabricadas são comercializadas no mercado local e produzidas a partir de madeiras de reflorestamento.

Conforma Barbosa, as empresas que participam do consórcio estão qualificadas para ingressar no comércio exterior. “Esta integração prova que somar forças é uma importante forma de almejar o crescimento de nossas empresas”, complementa Alex Barbosa, que também é vice-presidente regional FIESC, e vice-presidente da Associação empresarial de Tubarão (ACIT).