Ouvidorias das Mulheres de 21 TJs debatem combate à violência doméstica no Brasil

A Ouvidora da Mulher e Coordenadora da Mulher em Situação de Violência Doméstica, desembargadora Hildemar Meneguzzi de Carvalho, abriu a solenidade de abertura do XV Encontro do Colégio de Ouvidores da Justiça Eleitoral e o II Encontro do Colégio de Ouvidorias Judiciais das Mulheres, realizada na noite de quarta-feira (22/11), com a lembrança de que os 21 estados que participam dos eventos conjuntos estão unidos e empenhados em criar mecanismos para a prevenção dos casos de mulheres em situações de risco. “Estamos normatizando os procedimentos, estamos os uniformizando para garantir ainda mais segurança às mulheres, e com todas as parcerias que conquistamos, tenho certeza que obteremos absoluto sucesso”, vaticinou a desembargadora.

Com a plateia envolvida no trabalho, o juiz-ouvidor e membro do Tribunal Regional Goiás, Márcio Antônio de Sousa Moraes Júnior, reafirmou a fala da desembargadora catarinense e disse da importância em alinhar a necessidade do povo brasileiro, ao garantir a cidadania sem assédio e sem violência, principalmente contra as mulheres. “Toda a violência deve ser rechaçada, mas quando vemos a agressão contra a mulher, ela deve ser totalmente tolhida”, afirmou o desembargador Luiz Felipe Siegert Schuch, em seu pronunciamento durante a solenidade.

A integrante do TRT-4, desembargadora Tânia Regina Silva Reckziege, lembrou que os eventos estão trazendo 65 ouvidoras de todo o Brasil para discutir a atualidade dos conflitos de gênero. “Nas últimas décadas a igualdade de gênero avançou, mas ainda há desafios. Temos Leis que auxiliam a equidade, como a Lei Maria da Penha, ainda assim alguns desafios são persistentes e criam muitas barreiras para as mulheres”.

O ouvidor do TJSC, desembargador Osmar Nunes Júnior, descreveu o trabalho da Ouvidoria como um acalento e um órgão de guarda para as mulheres. Em seu pronunciamento, ele declamou trecho de uma poesia da artista mexicana Frida Kahlo: “Não vou te pedir que me agradeças por tudo que faço por ti, e que se preocupes comigo quando os meus ânimos estão no chão, e claro, não pedirei que me apoie em minhas decisões. Tampouco vou pedir que me escutes quando tenho mil histórias para lhe contar. Não vou pedir que me faças nada, nem sequer que fique ao meu lado para sempre. Por que se tenho que lhe pedir, já não o quero!”

A solenidade foi encerrada com a palestra “Mulheres desafiam e contagiam na gestão do Futebol”, realizada pela vice-presidente das categorias de base da Chapecoense, advogada Adriana Gottardi. Ela lembrou que é a primeira diretora mulher do clube, fundado em 1973, onde já trabalhado desde 2006. Ela afirmou que a Chapecoense tem em sua história muitos anos de trabalho contra a violência que atinge as mulheres e que auxiliar o combate a este tipo de crime tem sido uma de suas buscas.